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As Principais Famílias

Quando a gente começa a estudar a fundo o aquarismo, sempre esbarramos em nomes científicos. Existem milhares de espécies de peixes, centenas das quais são possíveis de se criar em aquários. Não é de se espantar que muitas delas ainda nem ganharam apelidos populares.

Assim, como é muito difícil conhecer espécie por espécie, e nossos amados biólogos tratam de batizá-los e classificá-los, por que não aproveitar um trabalho já feito? Diga-se de passagem, muito bem feito!

A biologia trata de classificar as espécies em famílias. Conhecendo uma espécie pertencente a uma família, podemos usar a analogia para conhecer um pouco da outra espécie parente.

Por isso, vou escrever nessa matéria algumas das principais famílias as quais pertencem os peixes ornamentais de água doce.

1. Caracídeos

Espécies mais conhecidas: engraçadinho (Hyphessobrycon flameus), mato-grosso (Hyphessobrycon serpae), neon tetra (Paracheirodon inesi), neon cardinal (Cheirodon axelrodi), neon negro (Hyphessobrycon herbertaxelrodi), chilodus (Chilodus punctatus), rosáceo (Hyphessobrycon rosaceus), lambari, outros tetras (limão, preto, cereja...) etc.

Reprodução: ovíparos (ovos soltos no fundo).

Características principais: existência de uma pequenina nadadeira logo após da dorsal, quase no início da caudal.

2. Ciclídeos

Espécies mais conhecidas: Acará-disco (Symphysodon sp.), acará-bandeira (Pterophyllum scalare), oscar, tilápia, cará, ramirezi (Apistograma ramirezi), Jack Dempsey etc.

Reprodução: ovíparos (postura de ovos em superfície lisa, com o macho e a fêmea cuidando da prole).

Características principais: em geral boca grande; muitas vezes há a monogamia, ou seja, quando se forma um casal, será esse casal a vida toda; algumas espécies são bastante territoriais, ao passo que outras são dóceis e inofensivas.

3. Poecilídeos

Espécies mais conhecidas: lebiste ou guppy (Poecilia reticulata), espada (Xiphophorus hellerii), molinésia (Poecilia latipinna) e plati (Xiphophorus maculatus).

Reprodução: ovovivíparos (fertilização e desenvolvimento internos, nascendo os alevinos já livre nadantes).

Características principais: presença do gonopódio (órgão reprodutor) nos machos; grande variedade de cores e formas no aquarismo graças à facilidade de reprodução em cativeiro.

4. Anabantídeos

Espécies mais conhecidas: betta ou peixe-de-briga (Betta splendens), colisa (Colisa lalia), beijador (Helostoma temminckii), tricogáster (Tricogaster sp.), peixe-paraíso.

Reprodução: ovíparos (macho cria ninho de bolhas e cuida da prole até determinado tempo).

Características principais: tendência à agressividade; existência do órgão chamado "labirinto", que permite a utilização do oxigênio do ar além do dissolvido na água.

5. Ciprinídeos

Espécies mais conhecidas: barbo conchônio (Puntius conchonius), barbo-ouro (Capoeta schulbert), barbo sumatra (Capoeta tetrazona), dânio malabaricus, paulistinha (Brachydanio rerio), labeo bicolor, rásbora (Rasbora heteromorpha), tanitis (Tanichthys albonubes).

Reprodução: ovíparos (ovos soltos na água).

Características principais: muito resistentes e de intensa movimentação; em geral preferem água mais fria.

Essas são cinco das famílias mais comuns no aquarismo. Existem inúmeras outras famílias e espécies criadas em aquário, logicamente. Outros exemplos de peixes comuns são os kinguios e carpas (grandes, de água fria, ideais para lagos), cascudos, coridoras e limpa-vidros ("lixeiros" do aquário) etc.

O importante é saber que é possível conhecermos bem algumas espécies e procurar sempre analogias quando vemos espécies desconhecidas para nós. Com o tempo, é possível até desenvolver uma certa intuição: olhando para um peixe, podemos supor que tipo de água ele gosta, fria ou quente, ácida ou alcalina, tipo de reprodução e temperamento. Ao menos podemos ter um ponto de partida.


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