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A limpeza da água

O que é mais importante em um aquário? Ou melhor, num sistema, já que devemos considerar o aquário e o que há dentro dele? Vamos pensar um pouco... Escolher "os peixes" seria óbvio, então vamos deixar essa opção de lado. As plantas? A temperatura? O substrato (cascalho ou areia)? A alimentação? O pH? Enfim, temos muitas opções de escolha, e isso daria uma imensa discussão, certamente sem chegar a uma conclusão. E o motivo disso é claro: tudo tem sua importância fundamental. Mas, logicamente, um peixe não vive fora d'água (pelo menos não por muito tempo). Assim, antes de mais nada, o que mais importa num sistema de aquário é a água. "GRANDE dedução, João!", você deve estar dizendo... Mas o ponto onde quero chegar é o seguinte: temos que, primeiramente, dar uma atenção muito especial à qualidade da água. Afinal, você e eu não gostamos de respirar um ar poluído, rico em gás carbônico, por exemplo! Eu vivo em São Paulo, e sei bem do que estou falando...

Antes de nos preocuparmos com o pH e temperatura ideal para os peixes, temos que dar aos peixes e outros animais, condições de viver em uma água limpa. Temos que cuidar do esquema de filtragem.

O ideal ao meu ver, para aquários com capacidade maior a 50 litros, é ter dois tipos de filtros: um biológico e um externo.

Descrição:

O filtro biológico, para quem não conhece, é composto de uma placa perfurada, colocada abaixo do substrato. Essa placa, em geral de plástico neutro, pode também ser substituída por uma grade de tubos de PVC perfurados. Em um dos cantos da placa (ou grade), temos uma torre (plástico ou PVC), que poderá ter uma bomba interna acoplada (a melhor opção) ou uma pedra porosa colocada até o fundo, ligada em uma bombinha externa. Existem filtros montados, com a bombinha interna e tudo, se você puder gastar um pouco mais de dinheiro ou não ter paciência e tempo para montar um.

O filtro externo é uma espécie de caixa, colocada por fora de um dos vidros, ligado a uma outra bombinha. Você poderá encontrar filtros (na maioria importados) que já vêm com a bomba dentro, vamos dizer assim. O único trabalho que você vai ter é ligar o filtro à tomada. Dentro do filtro externo, existe sempre uma camada de lã de vidro e outra de carvão ativado.

Funcionamento:

No caso do filtro biológico, o funcionamento é simples: o ar sugado pela bombinha interna (ou expelido pela pedra porosa) é tirado da parte inferior à placa "enterrada", o que faz com que a sujeira (material orgânico) seja atraída para baixo, ficando entre o substrato ou logo acima dele, e não mais em suspensão na água. Assim, com a decomposição desse material orgânico, é criada uma camada de bactérias entre o substrato.

O filtro externo funciona como um sifão, com a água entrando por um lado da caixa, passando pela lã e pelo carvão, e saindo pelo outro lado. O princípio básico de um filtro, portanto. Esse fluxo da água é ininterrupto, e a capacidade de água que passa pelo filtro vai depender da força da bomba. O ideal é você conseguir com que passe em duas horas, no máximo, todo o volume correspondente ao total da água do aquário. Por exemplo, se seu aquário tem o volume de 100 litros, você deve adquirir um filtro com capacidade de trocar 50 litros por hora. Esses números são empíricos, ou seja, eu supus por minhas experiências. Caso haja algum trabalho sobre esse assunto, eu ficaria muito feliz em tomar conhecimento!

Função:

A camada de bactérias formada pelo filtro biológico é responsável pela transformação de material orgânico em oxigênio, em linhas gerais. A descida forçada da "sujeira" acelera a decomposição dessa, além de retira-la do centro do aquário. Teremos assim uma água límpida e rica em oxigênio.

O carvão ativado do filtro externo ajuda ainda mais nessa oxigenação, além de purificar a água, retendo muitas substâncias tóxicas. A lã de vidro é responsável por reter as partículas maiores de sujeira da água.

Tempo:

Para um filtro biológico começar a ficar eficiente, você deveria deixa-lo funcionando durante uma semana, antes de colocar os peixes. Coloque as plantas, e até coloque um pouco de ração (cuidado para não ser tachado(a) de louco, por alimentar peixes transparentes). Não exagere, claro!

O filtro externo já é eficiente por natureza. Ligou, funcionou!

Muita gente já me relatou o problema de algas no aquário. Isso realmente é um problema, não apenas estético. O excesso de algas retira da água elementos vitais para os habitantes maiores do aquário. Com a inclusão do filtro externo, eu consegui resolver 95% desse problema. Na verdade, houve um extermínio brutal das algas marrons que estavam se acumulando assustadoramente no meu aquário principal. Eu tinha que fazer a limpeza do vidro frontal a cada 10 dias, para apenas conseguir ver meus bichinhos. Os outros vidros ficaram totalmente marrons. Com o filtro, limpo o vidro da frente ocasionalmente, às vezes por pura frescura, e os outros vidros só possuem poucos focos de algas, que parece que estão se extinguindo no meu sistema.

Logicamente, se você tem a incidência direta da luz do sol no aquário, ou possuir uma iluminação especial, as algas verdes irão superar o trabalho do filtro. Se não for essa sua intenção, atente para essa incidência de luz.

Se você me perguntar qual dos dois é o principal, vou lhe responder que é o biológico, pois simula o ambiente natural. Não deixe nunca um aquário seu, com mais de 50 litros, sem esse filtro. Mas também tente colocar o externo. Na nossa tentativa de reproduzir as condições da natureza, temos que fazer o possível e o impossível. Isso prova mais uma vez o quanto ela é complexa e perfeita!


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